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29 DE SETEMBRO DE 2005

Reunião discutiu Referendo


Esclarecer a população sobre o Referendo que acontecerá no dia 23 de outubro, onde portadores do título de eleitor deverão comparecer as urnas para responder "SIM" (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Davi Negri - MTB 20.499 Salvar imagem em alta resolução


Esclarecer a população sobre o Referendo que acontecerá no dia 23 de outubro, onde portadores do título de eleitor deverão comparecer as urnas para responder SIM ou NÃO à pergunta: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?, foi o objetivo da reunião realizada na noite de ontem (29/09), no Plenário Francisco Antônio Coelho, pelo vereador José Roberto Ferreira, o Cabo Ferreira (PL).

Também participaram da reunião o deputado estadual Coronel PM Ubiratan Guimarães (PTB); Coronel PM da reserva Newton Gino D’addio, Capitão PM José Antônio Silva Neto; representando o 10º BPMi; Alexandre Veloso Aguiar, delegado da Policia Federal; Comandante Silas Romualdo, da Guarda Civil; Sargento PM Cláudio Donizete Dias, representante da Policia Militar Rodoviária; Pastor Silas Ferraz Oliveira, da Pastoral da Unimep, professor Benê Barbosa, do Movimento Viva Brasil e Homero Carvalho representando o Instituto Sou da Paz .

Antes de abrir a palavra aos participantes o vereador esclareceu que o objetivo da reunião era tirar duvidas da população com relação ao referendo, pois até o momento as pessoas não sabem como votar e em seguida abriu a palavra aos presentes.

O primeiro a fazer uso da palavra foi o deputado estadual e Coronel PM Ubiratan Guimarães, que defende a legitima defesa do cidadão de bem e que será tirada caso seja aprovado o desarmamento. Segundo o deputado a pergunta é capciosa e induzida, levando a população a inverter a resposta.

Para o Capitão PM Neto, a campanha está obscura, a população precisa ser melhor esclarecida para votar corretamente. Depois do voto a Lei terá que ser cumprida, não poderá mais se voltar atrás, comentou o Capitão.

Para o Coronel PM Newton D’addio, que passou sua vida militar no Corpo de Bombeiros, seu único contato com arma foi como cidadão, para ele o referendo é uma jogada de marketing, para desviar a atenção da população de assuntos mais importantes. Para ele a mídia passa uma idéia de votar no desarmamento, mas não é essa a questão. Ele alertou que Estatuto do Desarmamento está em vigor desde 2003 e que as exigências para compra de arma são grandes.

Já o delegado da Policia Federal, doutor Alexandre Veloso Aguiar, deixou claro que estava participando da reunião para esclarecer duvidas da população com relação ao desarmamento e não dar sua opinião pessoal e aumentar a polemica e sim a da Policia Federal que é a favor do desarmamento.

Para o Comandante da Guarda Civil, Silas Romualdo, existe uma incoerência pois o governo já impôs normas que regulamentam o registro, pose e compra de arma de fogo e que o desarmamento tira do cidadão o direito de escolher se quer ou não possuir um arma.

O sargento Cláudio Donizete, da Policia Rodoviária, defende que a população precisa ser bem informada com relação ao prós e contras do desarmamento e na hora de votar estar consciente de sua escolha.

Em prol ao desarmamento falaram o advogado Homero Carvalho, representante do Instituto Sou da Paz e o Pastor Silas Ferraz de Oliveira, coordenador da Pastoral da Unimep, ambos defendem que a arma não é garantia de proteção e segurança. Para eles o cidadão que se arma alega que é em sua defesa e acabam sendo vitimas de suas próprias armas.

Segundo o Pastor a Igreja Metodista e a Universidade Metodista de Piracicaba, defendende uma cultura de paz e o desarmamento e nas discussões promovidas por ambas, orientam as pessoas a votarem sim no referendo.

O último a fazer uso da palavra foi o professor Benê Barbosa, Presidente do Movimento Viva Brasil, que é contra o desarmamento, para ele é um grande absurdo tirar do cidadão o direito de escolha em ter ou não uma arma de fogo e que o governo precisa combater a criminalidade e não protege-la.

A Campanha do Desarmamento ‘balela, pois no pais existem mais de 8 milhões de armas ilegais nas mãos dos criminosos, que tem mais poder que o cidadão de bem. É um absurdo o governo gastar R$ 600 milhões no referendo para proibir o comércio legal de arma de fogo, dinheiro que poderia ser investido na segurança pública, comentou o professor.

Para os populares que estiveram presentes o governo está subestimando a população com o referendo, tentando desviar a atenção de tudo que está acontecendo em Brasília.

A maioria dos presentes defendeu o comércio legal de arma, desde que o cidadão seja educado para usa-la. Eles acreditam também que a segurança pública está falida e não podem abrir mão do direito a defesa. Alguns defenderam a tese que nem sempre o cidadão portador de arma de fogo acaba se dando mal.

Para eles o governo está sendo covarde. Compararam o Presidente da República a Pôncio Pilatos, pois acreditam que o referendo é uma forma de lavar as mãos com relação ao problema.

Antes do término da reunião o Delegado da Policia Federal, se retirou em sinal de protesto e foi acompanhado pelo advogado Homero Carvalho.

A Policia Federal foi convidada à participar de um debate dom o intuito de esclarecer a população com argumentos de pessoas contra e a favor do desarmamento. Esperávamos encontrar aqui um debate equilibrado e democrático e este não este aqui não foi preparado para isso, disse o doutor Alexandre Veloso Aguiar, antes de se retirar do Plenário.
Segundo o vereador Cabo Ferreira foram enviados 250 convites as entidades de classe, sindicatos, escolas e pessoas interessadas no assunto, porém muitas não compareceram. A Assessoria de Imprensa do deputado federal João Herrmann Neto (PDT), coordenador da Frente Parlamentar pelo Sim em cinco Estados, informou que não foi convidada para reunião.

Em 20 anos de Policia Militar nunca atendi um caso de homicídio com arma legal, não podemos desarmar o cidadão de bem e deixar os bandidos armados, comentou o Cabo Ferreira, que citou como exemplo a violência do Rio de Janeiro, onde desde 2002 é proibido a venda de armas.




PMSA_MTb: 24.154
Foto: Davi Negri_ MTb:20.499


Texto:  Patrícia Moraes Sant'Ana - MTB 24.154


Legislativo José Pedro

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