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Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

O vereador Walter Ferreira da Silva, o Pira (PPS), ocupou a tribuna da Câmara durante a reunião ordinária de hoje (24) para defender o sistema público de saúde, que nos últimos meses vem sendo alvo de críticas e cobranças por parte de outros vereadores e da população de Piracicaba.

 

Pira apresentou números que comprovam a eficiência do atendimento de saúde no Brasil e em Piracicaba, afirmando que cerca de 95% dos pacientes de câncer são tratados através do Sistema Único de Saúde - SUS e que 90% das cirurgias cardíacas também são feitas por meio da rede pública de saúde. Segundo ele, somente em Piracicaba nove mil pessoas com hepatite e 1.500 com Aids estão em tratamento pelo SUS.

 

Pira lembrou que Piracicaba recebe diariamente pacientes de municípios vizinhos como Santa Maria da Serra, Rio das Pedras e Capivari, que não contam com hospitais e prontos-socorros. Elogiou a atuação dos profissionais da rede pública de saúde no atendimento à sua filha, acidentada no início do mês. “Ela não tem plano de saúde e recebeu um tratamento excelente”, afirmou.

 

Segundo o vereador, a portaria nº 101/2002 do Ministério da Saúde determina a relação de um posto de saúde para cada 20 mil habitantes. Em Piracicaba – que tem uma população estimada em 365 mil habitantes, segundo o IBGE – há 25 postos de saúde, um para cada 14.600 habitantes.

 

“A população não entende que internação é para os casos mais graves. A cultura não é ir ao posto de saúde, mas sim ao pronto-socorro, sobrecarregando o atendimento. Aí começam a ligar para vereador, chamar o jornal, a rádio para reclamar”, desabafou Pira. “Minha defesa é pela importância do SUS, que não está sendo valorizada. O SUS é modelo, tanto que os Estados Unidos já estão querendo copiar”, completou o vereador.

 

 

Pira comentou sobre a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prevê a posse de 7 mil vereadores em todo o Brasil, dizendo que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já tem resolução contrária à emenda e considera válida a aplicação dos novos dispositivos somente para as próximas eleições municipais, em 2012.

 

O vereador lembrou ainda que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) considera a PEC inconstitucional e demonstrou-se preocupado com a situação de outras câmaras municipais do país. “Tem vereador que pode perder o cargo. Como vão ficar as leis que já foram aprovadas por estes vereadores?”, indagou finalizando suas considerações.