01 DE DEZEMBRO DE 2017
Curso intensivo da Escola do Legislativo teve início nesta sexta-feira, em São Pedro.
Em forma de círculo, com o objetivo de aprender a oitiva empática, num ambiente decorado com peças que simbolizaram elementos da natureza ––terra, ar, fogo e água––, teve início o curso intensivo sobre "Fundamentos da Justiça Restaurativa", nesta sexta-feira (1º), em São Pedro (SP).
O evento faz parte da conclusão do ciclo de palestras ministradas na Câmara de Vereadores de Piracicaba, por meio da Escola do Legislativo, em parceria com o Instituto Pacto de Convivência.
Segundo o palestrante, advogado e jornalista Osmar Ventris, a proposta do círculo é "aprender a ouvir para conectar-se ao outro", sendo permitida a fala apenas no momento em que se tem a posse do "objeto da palavra" ––na ocasião, uma bola de tênis.
"O módulo I, em 'Fundamentos da Justiça Restaurativa', trabalha o sentimento e valores para difundir comportamentos e modos de vida com o propósito de habilitar as pessoas a solucionarem qualquer disputa pacificamente, com espírito de respeito humano, dignidade, tolerância e sem discriminação", salientou Osmar.
Ao discorrer sobre o tema, o palestrante fez questão de frisar a diferença entre "Justiça Restaurativa" e "Justiça Universal", ou seja, a comum. "Quando ocorre um crime, o Judiciário julga vítima e ofensor, pois o Estado se sente lesado. Não existe a preocupação em atender às necessidades da vítima, nem em responsabilizar o culpado para a reparação do dano."
"A expectativa nesse curso é positiva: um grupo pequeno, mas esse é o objetivo, ao criar uma conexão com o sentimento do outro, no sentido de transformar um fato, lugar ou a vida de alguém. Isso me deixa convicta de que existe uma verdade e esse é o caminho. Tenho certeza de que, desses dois dias, sairão vários conciliadores, mediadores e disseminadores da cultura da paz", afirmou a vereadora Nancy Thame (PSDB), diretora da Escola do Legislativo.
A vice-presidente da Câmara de Cerquilho (SP), Soneide Pissinatti (PSDB), disse que a palestra foi "oportuna" e que adiou outros compromissos para fazer a imersão.
"A Prefeitura de Cerquilho vai implantar um espaço para trabalhar com a cultura de paz, Justiça Restaurativa, com jovens, mulheres e idosos, e eu vi nesse momento a oportunidade de fazer a imersão. Já tinha ouvido falar várias vezes, há tempos queria fazer. Esse momento é oportuno, já que terei uma visão mais aprofundada de quem sou eu, me conhecer melhor e ajudar e entender o outro", afirmou.
Já Laura Queiroz, presidente do Conselho Municipal da Mulher de Piracicaba, ressaltou o momento de violência entre o "eu" e a sociedade de forma geral. "Somos a sociedade, e é essa sociedade que precisa urgentemente estudar, conhecer, difundir e praticar a cultura de paz. É fato que existe uma violência dentro de nós: é mais fácil eu avaliar a agressão do outro em detrimento da minha. Por isso, é fundamental que conheçamos a nossa para, depois, resolver a violência da sociedade como um todo", comentou.
A imersão termina neste sábado (2), às 18h, quando os participantes farão dinâmicas e interação mais aprofundadas no círculo.