O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) protocolou requerimento que pede informações da prefeitura sobre medidas para desassoreamento do Rio Piracicaba. Ele argumenta que o acúmulo de areia no fundo do rio que, com o tempo provoca a redução da profundidade, prejudica a reprodução dos peixes, dificulta a navegação das pequenas embarcações e amplia o risco de transbordamento do rio, causando enchentes.

Lembrou que 2013, reportagem indicava que o Rio Piracicaba tinha nove pontos críticos de assoreamento em 150 quilômetros de trecho, desde o início na junção dos rios Atibaia e Jaguari, em Americana (SP), até o município de Santa Maria da Serra (SP), passando pelo trecho urbano em Piracicaba

Resultado de uma expedição realizada junto com Grupo de Defesa Ecológica da Bacia do Rio Piracicaba (Grude), a matéria apontou que entre os 'vilões' do assoreamento do rio estão a pecuária e as plantações de cana-de-açúcar, sendo que a falta de reflorestamento nestas áreas é prejudicial

Importância - O trecho urbano do Rio Piracicaba, tem importante função no desenvolvimento de atividades ligadas ao turismo, esporte e lazer. “Sua beleza é importante fator para a tomada de decisão para que os turistas escolham a cidade para investirem seus recursos de lazer, alimentando nossa economia ligadas ao artesanato, gastronomia e cultura”, explicou.

O assoreamento verificado coloca em risco estas atividades, assim como diretamente aqueles que, sem conhecer as particularidades da navegação no Piracicaba, principalmente quando sua vazão é baixa e sua profundidade também.

Barragem - O assoreamento do Rio Piracicaba, aliás, foi um dos argumentos da luta de Paiva quanto a construção da barragem de Santa Maria da Serra, cujos estudos apontam o agravamento desta degradação e a intensificação do risco de enchentes no trecho urbano de Piracicaba.

Ambientalistas, protetores do meio ambiente, biólogos, engenheiros ambientais consultados pelo mandato apontam que seria de extrema necessidade efetuar o desassoreamento do Rio Piracicaba em seu trecho urbano a fim de que, com a retirada da areia, se possa garantir a manutenção das atividades relacionadas a ele, assim como preservar a segurança daqueles que o utilizam para lazer e trabalho (passeio de barcos, Bombeiros, Defesa Civil, trabalhadores da construção civil).

Pesquisas realizadas pelo mandato sugerem que, havendo interesse da Prefeitura de Piracicaba, seria possível abrir uma consulta pública para identificar o interesse de empresas especializadas em desassoreamento, em explorar o serviço até mesmo em troca do produto (areia) a ser retirada do fundo do rio.

Outras possibilidades indicam que o material a ser retirado, como pedregulhos, encontrados em relevância na região da Nova Piracicaba, poderiam ser utilizados em obras públicas e em cascalhamentos de vias rurais.

Além disso, o desassoreamento garantiria que, ao menos, por 15 anos o Rio Piracicaba teria garantido uma maior profundidade usufruindo de seus benefícios, até que uma nova intervenção fosse necessária.

Perguntas – O documento aprovado na Câmara de Piracicaba nesta segunda-feira (14) questiona se o município tem algum estudo recente (a partir de 2012) que aborde a possibilidade de desassoreamento do Rio Piracicaba em seu trecho urbano. Pergunta ainda se é de conhecimento da atual gestão municipal quanto ao interesse de empresas em realizar o trabalho de desassoreamento do Rio Piracicaba. Por fim quer saber se existe uma projeção de custos para este desassoreamento no caso de o município arcar com esta obra.