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23 DE JANEIRO DE 2014

Paiva alerta sobre "impactos ambientais irreparáveis" em Tanquã


Vereador, que participou da audiência pública para o aproveitamento múltiplo de Santa Maria da Serra, abordou as dúvidas da população sobre a construção da barragem.



EM PIRACICABA (SP)  

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O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) participou da audiência pública para o aproveitamento múltiplo de Santa Maria da Serra realizada em Anhembi, cidade vizinha de Piracicaba e que também sofrerá com os impactos socioeconômicos caso seja aprovada a construção da barragem de Santa Maria da Serra. Paiva alertou sobre "os impactos ambientais irreparáveis" e enfatizou as dúvidas da população de Piracicaba e região sobre a construção da barragem de Santa Maria da Serra.

O vereador afirmou que "estão querendo vender uma ilusão para a população, dizendo que a oferta de emprego para os ambientes das cidades envolvidas aumentaria". "Vivenciamos o mesmo processo em Piracicaba com a vinda da Hyundai para a cidade. Para cada oferta de trabalho, migram para o nosso município três pessoas na busca deste emprego. Ao migrarem e não conseguirem emprego, essas pessoas permanecem no local e criam um habitat e relações sociais. Se consegue a vaga, a pessoa tem a sua remuneração mensal e vai dar conta das suas necessidades pessoais ––entre as quais o lazer, que é fundamental. As pessoas que não conseguirem emprego e não tiverem recursos para retornar à cidade natal, fixam residência na região, formando bolsões de exclusão social que geram os problemas que estamos tendo hoje em Piracicaba, com o aumento da criminalidade e da responsabilidade social", disse Paiva.

O parlamentar também afirmou que os recursos que serão investidos na construção da barragem de Santa Maria da Serra, que chegam a R$ 1,5 bilhão, poderiam ser usados para a construção de mais de 25 hospitais regionais para atender à demanda da saúde na região ––área que está totalmente defasada e com deficiência no atendimento à população––, algo que não geraria impactos ambientais, econômicos e sociais. "Sou parlamentar regional do Aglomerado de Piracicaba e garanto que a prioridade são investimentos na saúde pública e não na hidrovia, pois represento 1,5 milhão de habitantes", comentou.

Paiva cumprimentou os técnicos que fizeram a apresentação do empreendedor e do EIA-Rima, mas lembrou de que o EIA-Rima "não anda de braços dados com os interesses do empreendedor". "É uma situação que temos que analisar com calma e cautela", afirmou.

O vereador disse que não tem como ser a favor da construção da barragem de Santa Maria pelos 34 impactos ambientais e 21 impactos socioeconômicos previstos em decorrência da obra. Paiva alertou também que não consta nos estudos a possibilidade de enchentes do rio Piracicaba. "Quando há um desassoreamento, o rio diminui a profundidade. Não bastasse o desassoreamento diminuir a velocidade da água, é eminentemente discutível o parecer de que não haverá enchentes, pois nenhum volume e linha do EIA-Rima garante à população que isso não irá acontecer", afirmou.

Paiva também falou que um empreendimento desse porte só está sendo discutido pelo lado do interesse econômico, mas garantiu que as empresas envolvidas no seminário em Piracicaba tiveram cautela em analisar o empreendimento. "Estou me baseando nos impactos, e não quero desmerecer o parecer técnico. Só que atrás de um parecer técnico vem a orientação política, e queremos todas as respostas. É necessário ter cautela", finalizou.



Texto:  Assessoria parlamentar


Infraestrutura Urbana José Paiva

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