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24 DE FEVEREIRO DE 2014

Moradores de Ártemis se unem contra a violência no distrito


Vereador Dirceu participou de reunião com 80 pessoas para propor alternativas



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Assessoria parlamentar (1 de 6) Salvar imagem em alta resolução

Dirceu irá agendar reunião com chefe do Executivo para discutir soluções

Dirceu irá agendar reunião com chefe do Executivo para discutir soluções
Foto: Assessoria parlamentar (2 de 6) Salvar imagem em alta resolução

Marcelo Fernandes, da Polícia Militar, defendeu proximidade da população com autoridades

Marcelo Fernandes, da Polícia Militar, defendeu proximidade da população com autoridades
Foto: Assessoria parlamentar (3 de 6) Salvar imagem em alta resolução

Aproximadamente 80 pessoas participaram de encontro na última sexta-feira

Aproximadamente 80 pessoas participaram de encontro na última sexta-feira
Foto: Assessoria parlamentar (4 de 6) Salvar imagem em alta resolução

Pároco (à direita) e presidente da associação dos moradores (ao centro) estiveram na reunião

Pároco (à direita) e presidente da associação dos moradores (ao centro) estiveram na reunião
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De agosto a fevereiro foram 23 ocorrências policiais no distrito

De agosto a fevereiro foram 23 ocorrências policiais no distrito
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Presidente do centro comunitário entrega documento a vereador Dirceu

Presidente do centro comunitário entrega documento a vereador Dirceu
Foto: Assessoria parlamentar Salvar imagem em alta resolução

Aproximadamente 80 pessoas participaram de encontro na última sexta-feira



Os índices de violência em Ártemis assustam a população. Somente nos últimos sete meses, o distrito teve 23 ocorrências policiais, entre homicídios, furtos e roubos a residências e comércios. Preocupados com a situação, 80 moradores se reuniram na última sexta-feira, 21, na antiga Estação de Estrada de Ferro Sorocabana, com autoridades da Polícia Militar e Guarda Civil do município. O encontro foi convocado pelo vereador Dirceu Alves da Silva (Pros). 

Ao apresentar a equipe responsável pelo patrulhamento rural, o comandante Marcelo Fernandes lembrou que um terço do município é atendido pela 5ª Companhia da Polícia Militar, que monitora diariamente 2.700 quilômetros de estradas vicinais. Outros seis policias estiveram na reunião, todos da PM, além do comandante da Guarda Civil, Silas Romualdo, e do padre José Ailton Figueiredo, pároco da Igreja São João Batista.

Em novembro do ano passado, Dirceu destinou um ofício à Adriana Sgrigneiro, comandante interina do 10º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior), solicitando atenção especial ao distrito, após constantes reclamações dos moradores. Em resposta no início de janeiro, a major reconheceu que a viatura de patrulhamento rural no distrito apresentou problemas, mas que outros programas de policiamento fizeram o monitoramento, com apreensão em flagrante de adolescentes portando drogas e um adulto cometendo tráfico no distrito, entre outras ocorrências. 

Em janeiro deste ano, o pelotão prestou 172 atendimentos na Zona Rural na área da 5ª Companhia. Segundo Fernandes, a patrulha rural já mapeou os horários de maior incidência dos crimes e tem intensificado o policiamento nesse período. “Não temos condições de deixar uma viatura 24 horas em cada esquina, mas acreditamos que a população deve estar mais próxima das autoridades policiais como forma de diminuir as incidências”, recomendou, ao incentivar o uso dos telefones 190 e 181 da Polícia Militar e abordagem presencial aos policiais pelos moradores.

ELEFANTE BRANCO – Os moradores demonstraram indignação com a má conservação do balneário de águas sulfurosas, na Praça João Alfredo. Inaugurado em março de 2008, o espaço de 102 metros quadrados foi chamado de “elefante branco” pela população e, em momentos de maior exaltação, classificado como a “cracolândia” do distrito.

O balneário sofre com ações de vândalos no período noturno e é ponto de comercialização de drogas. A área externa está com as paredes pichadas. “Aqui tudo virá pó”, diz uma das inscrições. “Ele foi construído pensando no turismo, mas sempre esteve parado”, informa o segurança Fernando Paulino da Silva, 48, presidente do Centro Comunitário de Ártemis. A sede da entidade fica na antiga Estação de Estrada de Ferro Sorocabana e a atual diretoria assumiu os trabalhos no início do ano.

Uma das sugestões é a transferência do balneário e o aproveitamento da estrutura física para a criação de um posto policial, que já existiu no distrito na década de 90, mas foi desativado pela PM. “A gente sabe que o balneário é imprescindível para o desenvolvimento do bairro, mas está no lugar errado”, diz Silva. A hipótese de retomada da base da polícia foi descartada de imediado pelas autoridades policiais presentes na reunião, sob a alegação de serem necessários aumento do efetivo na cidade e processos burocráticos em longo prazo.

Num primeiro momento, os moradores cogitaram a contratação de ronda particular, a partir do rateio das despesas entre os comerciantes. Depois houve consenso para a criação de uma comissão de estudos para elaboração de um documento. “Já fizemos vários abaixo-assinados, mas percebemos que não há resultados”, disse o pároco José Ailton Figueiredo.

O vereador Dirceu se comprometeu a agendar reunião com o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB), com a participação dos moradores, e deixou a equipe do seu gabinete à disposição para acompanhar os encontros que darão origem ao documento com o diagnóstico da comissão de estudos. “Sabemos que a estrutura da PM está sucateada, mas a denúncia da população ainda é o melhor caminho”, disse ele, que também fará uma moção de apelo ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).

OCORRÊNCIAS – Com a região estimada em 7.800 habitantes, Ártemis registrou 23 ocorrências desde agosto do ano passado, distribuídas em roubos de sete comércios e quatro carros, além de roubos a quatro moradores. Outros três automóveis foram furtados, uma residência e um estabelecimento bancário. Nesse período também ocorreram um estupro, um homicídio doloso e um furto no interior de veículos. Os dados foram fornecidos por Gustavo Gravena Frias, primeiro tenente da Polícia Militar, responsável pela 5ª Companhia.

Proprietário há seis anos de um bar na rua Júlio Chinelatto (antiga Rua 7), Lázaro Moreno Castilho, 61, presenciou seis roubos desde a abertura do estabelecimento. Para ele, o quadro de insegurança se agravou nos últimos três anos e isso se deve à ausência das autoridades. “A molecada daqui a gente conhece, sabe quem são os pais. A violência vem de fora do bairro.”

De acordo com o presidente do Centro Comunitário de Ártemis, Fernando Paulino da Silva, o número de delitos é maior. Parte da população tem dificuldade para registrar as ocorrências, que requer deslocamento até a área central de Piracicaba, distante 18 quilômetros do bairro.

Silva cita quatro invasões, entre janeiro e fevereiro, no campo de futebol localizado na rua XV de Novembro, com destruições no vestiário e nas três salas administrativas. “Vários comércios também estão sendo depredados continuamente, até mesmo no período da tarde”, disse o presidente.

Entre os episódios recentes, registrado em 15 de janeiro, esteve o furto no posto bancário do Santander, que funciona das 12h às 15h em uma das salas da antiga estação ferroviária. “Não é a primeira vez. Já estouraram porta, cofre, caixa eletrônico. O banco já pediu fechamento, porque nenhum funcionário quer trabalhar aqui. Se a situação continuar, a gente pode perder o banco”, lamentou Silva. 

Somente na semana em que foi registrado o incidente no posto bancário, o bairro presenciou outras seis ocorrências negativas, estimou Castilho. “Começou pelo banco, depois vieram a farmácia, a agropecuária, dois supermercados, uma chácara e assim foi. Anteontem (quarta-feira, 19) foi uma sorveteria e ontem um caminhão de bebida”, completou o comerciante, que reclamou das dificuldades de deslocamento até o Centro para registrar os boletins de ocorrência.



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Segurança Dirceu Alves

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