Integrantes do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) estiveram na Câmara nesta terça-feira, 2, para reunião com o presidente Matheus Erler (PSC). Eles apresentaram as atuais frentes de atuação e solicitaram empenho dos parlamentares para ampliar as ações em prol da vigilância dos trabalhadores.

Erler recebeu a enfermeira Clarice Bragantini, o técnico de segurança do trabalho Alessandro José Nunes da Silva, a socióloga Mara Alice Takahashi e o fisioterapeuta Helder do Prado Sousa. A reunião foi acompanhada por Antônia Bento Fischer, diretora do Departamento Jurídico da Câmara, Antenor Varolla, delegado do Ministério do Trabalho em Piracicaba, Fânio Luis Gomes, presidente do Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba), e Francisco Pinto Filho, presidente do Sindicato de Papel, Papelão e Cortiça.

Em atuação desde 2003 na cidade, o Cerest atende outros 15 municípios. Segundo Clarice, quatro eixos norteiam as atividades na promoção da saúde do trabalhador: assistência, núcleo de capacitação, vigilância em saúde e banco de dados.

A partir de dados do Sivat (Sistema de Vigilância de Acidente do Trabalho), Piracicaba teve 1404 acidentes até 6 de março deste ano. Nos 12 meses de 2014 foram 10.065 ocorrências. Segundo os representantes do Cerest, os dados começaram a ser apurados em 2004, quando houve 5.456 casos. Eles não trabalham com a possibilidade de aumento de acidentes, pois acreditam que os números refletem o aprimoramento dos trabalhos desenvolvidos nos municípios com empresas, escolas e sindicatos.

Dos acidentes registrados em 2014, 42% estavam na indústria de transformação, 27% em serviços, 16% no comércio, 11% na construção, 2% na administração pública e 1% em outras áreas. Agricultura e extração não pontuaram estatisticamente.

Clarice lembrou que Piracicaba possui uma lei municipal aprovada que contribuiu de forma significativa para a redução de acidentes nas usinas de cana-de-açúcar, que estabelece condições básicas nos alojamentos dos trabalhadores. O problema atual, com a migração da mão de obra do setor sucroalcooleiro para a construção civil, é também estabelecer critérios nos alojamentos desta área, um dos desafios que o Serest precisa da Câmara, tanto no desenvolvimento do projeto, quanto na aprovação de legislação específica.

Matheus Erler sugeriu que um eventual projeto, de construção coletiva, seja ampliado para outros setores. Novas reuniões serão agendadas para que o texto seja aprimorado e venha a ser apresentado na Câmara. Além disso, o Serest tem como desafio minimizar os acidentes com motociclistas, seja entre os que atuam como moto-táxi ou entre os que utilizam o veículo de duas rodas para chegar ao trabalho.

Segundo o presidente da Câmara, o comprometimento da atual mesa diretora com as entidades é não travar o andamento de proposituras na Câmara. “Faremos o que for preciso para atender às necessidades. Este é o tipo de diálogo que a Câmara quer, pois quanto mais ouvimos, menos erramos”, disse o presidente.