Prestes a completar 30 anos, Kelen Angélica Lopes não fazia parte, em 2015, do grupo mais atingido pelo câncer de mama ––o das mulheres acima dos 40 anos. Mas uma visita, na época, ao Posto de Saúde da Família por conta de uma forte gripe acabou se tornando o ponto de partida de uma luta que, orgulhosa, a faz querer compartilhar com outras pessoas.

Hoje com 32 anos e mãe de uma menina de 4, Kelen ocupou a Tribuna Popular, durante a 57ª reunião ordinária, nesta quinta-feira (5), para relatar sua experiência e agradecer a familiares, amigos e profissionais que a apoiaram durante o tratamento do câncer de mama, que ela, desde então, chama por outro nome: "Troco a palavra 'câncer' por 'desafio', porque é assim que enxergo essa doença".

"Foi um ano e meio de tratamento com quimioterapia, cirurgia para retirada da mama, fisioterapia, radioterapia e muito aprendizado, pois, todas as vezes em que entro naquele hospital [dos Fornecedores de Cana], coloco um sorriso no rosto, porque assim mostro para mim mesma o quanto sou forte e como posso ajudar as outras pessoas a serem fortes como fui", declarou a oradora, convidada a contar sobre sua experiência no mês em que se promove a campanha "Outubro Rosa", de conscientização sobre o câncer de mama.

"É uma situação muito preocupante, pois nós, mulheres, não temos o hábito de fazer o autoexame, muito menos pedir ao médico que faça um exame de prevenção, principalmente as mais jovens, na faixa de 30 anos", disse Kelen, ao reconhecer que "não imaginava que aos 30 anos teria um câncer".