O vereador Pedro Kawai (PSDB) representou a Câmara, na tarde da última sexta-feira (23), na abertura do 2º Seminário Municipal sobre Família e Desenvolvimento Infantil, que ocorreu no auditório da Cúria Diocesana.

Realizado pela Semdes (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social), pela Pasca (Pastoral do Serviço da Caridade) e pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), o evento celebrou os dois anos de implantação na cidade do serviço "Família Acolhedora", pelo qual famílias recebem em casa crianças e adolescentes afastados de seu núcleo de origem por medida de segurança.

As famílias acolhedoras não assumem a criança como filho; apenas auxiliam na preparação para o retorno à família biológica ou para a adoção. O período de acolhimento é de seis meses, durante os quais a família recebe ajuda de custo de um salário mínimo por mês. Cada família abriga um jovem por vez, exceto quando se tratar de irmãos.

Para Kawai, o seminário é importante para a defesa de crianças e adolescentes que sofrem maus-tratos em famílias desestruturadas e também para fazer a sociedade passar a entender e apoiar o projeto. "A família acolhedora dá certo no Brasil todo e está dando certo em Piracicaba graças ao trabalho da Semdes, do Conselho da Criança e de todos os segmentos que estão envolvidos", afirmou.

Após a abertura do seminário, houve uma mesa-redonda com o tema "Os desafios da reintegração familiar: Os serviços de acolhimento em Piracicaba", conduzida por representantes dos serviços de acolhimento municipais e pessoas ligadas ao sistema de garantia de direitos.

A coordenadora do serviço "Família Acolhedora" em Piracicaba, Patrícia Barbosa, afirmou que a reintegração familiar tem ocorrido estatisticamente em maioria nas famílias extensas ou substitutas, no caso da adoção. "Nós estamos encontrando muita dificuldade em reorganizar a família de origem para que ela possa superar as causas do acolhimento e se fortalecer a ponto de oferecer o cuidado e a proteção necessários para que a criança ou o adolescente possa ser reintegrado", explicou.

A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Eliete Nunes, disse que a prioridade do projeto é levar as crianças a retornarem ao seu lar de origem. "O objetivo é esse, mas isso nem sempre é possível; só ocorre quando se consegue garantir a sensação de não-violação dos direitos. Quando isso não acontece, tentamos uma reintegração na família extensa e, em casos extremos, o juiz determina a destituição e essa criança é disponibilizada para a adoção", comentou.

O evento de abertura contou ainda com a presença do presidente da Pasca, Milton Francisco Teixeira.