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22 DE AGOSTO DE 2017

José Mariano defende resgate histórico sobre o Cemitério dos Escravos


Restos mortais de parte dos mais de cinco mil escravos de Piracicaba estariam enterrados na praça Tibiriçá, onde se localiza a Escola Estadual Moraes Barros, centro.



EM PIRACICABA (SP)  

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José Mariano defende resgate histórico sobre o Cemitério dos Escravos

José Mariano defende resgate histórico sobre o Cemitério dos Escravos
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José Mariano defende resgate histórico sobre o Cemitério dos Escravos






"Já perdi a conta das vezes em que falei aqui na Câmara, no que eu agradeço, pois sou membro da Irmandade de São Benedito de Piracicaba. A minha vida está voltada para isso. Na quinta passada falei com o bispo Dom Fernando. Aqui em Piracicaba, roubaram o que é de São Benedito. Estive em São Paulo para tratar disto, sendo que me recomendaram continuar na luta. É uma vergonha o que fizeram aqui. Parece que joguei semente que não nasce", reiterou o provedor da Irmandade de São Benedito em Piracicaba, José Mariano, 82, que desta vez ocupou a tribuna popular, na 45ª reunião ordinária de ontem (21) para comentar tratativas sobre o levantamento histórico que envolve o entorno da praça Tibiriça, rua Alferes José Caetano, centro da cidade, em área da Escola Estadual Moraes Barros.

O presidente da Câmara, Matheus Erler (PTB) ratificou as considerações de José Mariano e, informou que vai conversar com o historiador da Câmara e, diretor do Departamento de Documentação e Arquivo, Fábio Bragança, para se inteirar dos registros que demonstrariam a existência de vestígios sobre o Cemitério de Escravos na praça Jorge Tibiriçá.

Em sua fala da tribuna, José Mariano disse que conversou com Fábrio Bragança, em questionamentos sobre a praça Tibiriçá, que tinha 20 braças - antiga medida de comprimento, equivalente a 2,20 metros, que apesar de antiga, atualmente ainda é usada e compreendida por muitos trabalhadores rurais e outras pessoas envolvidas com o meio rural - de terras que foram dedicadas ao negros.

Segundo José Mariano, Piracicaba foi a terceira cidade com o maior número de escravos, 5.663, depois de Campinas e Bananal. "Naquela época era muito escravo, quando morriam eram enterrados nesta praça", disse Mariano, em apelo aos vereadores, sobre o que podemos fazer para resgatar esta história. Mariano informou que nesta quinta feira (24), às 10 horas, tem reunião marcada na prefeitura, para tratar das questões afetas à Irmandade de São Benedito em Piracicaba.

"Botam um pouco de vista nesta igreja, pois foi a primeira de Piracicaba, quando se reformou a igreja da matriz. Ela não deveria estar abandonada deste jeito", disse.

José Mariano também informou que Dom Fermando disse a ele, que de hoje em diante, seria ele, Mariano, o responsável por esta parte, defesa da igreja de São Benedito. "Sou livre para conversar com os vereadores. Vou lutar de punho por aí. O escravo não veio como imigrante, veio à força. O negro é judiado, sofreu horrores, nos porões dos navios. Falo isso com força e peço a Deus, aos  82 anos de vida, que eu possa fazer a caminhada que faço, não é brincadeira, vou a São Paulo, vou a lugares e sou bem recebido", disse.

"Desta semana em diante, a luta vai ser grande. Não vou parar muito fácil. Vou lutar muito. Agradeço a Casa por acolher as minhas falas. Vou lutar pelo que pertence à Irmandade. Daqui a 15 dias vamos começar a reforma da igreja, sem um centavo. Aquele que puder me atender estarei por aqui, com a autoridade de Dom Fernando. Faz 37 anos que a Diocese se apoderou da igreja de São Benedito", concluiu o provedor.

 



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939
Imagens de TV:  TV Câmara


Tribuna Popular

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