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28 DE MARÇO DE 2007

Fórum da Cidadania, Justiça e Cultura de Paz discute o trabalho nos canaviais


O Fórum da Cidadania, Justiça e Cultura de Paz discutiu o trabalho nos canaviais, na tarde de hoje (28), na Câmara de Vereadores. Às vésperas da safra de 2007, que (...)



EM PIRACICABA (SP)  

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O Fórum da Cidadania, Justiça e Cultura de Paz discutiu o trabalho nos canaviais, na tarde de hoje (28), na Câmara de Vereadores. Às vésperas da safra de 2007, que deve ser a maior da história, as condições de trabalho dos cortadores de cana preocupa o organizador do Fórum, o vereador Antônio Oswaldo Storel (PSB).

O sub-delegado do Ministério do Trabalho do Emprego (MTE), Carlos Moisés Rodrigues Lima de Almeida, afirmou durante a reunião do Fórum que já atuou na cidade de Barretos, no Interior do Estado de São Paulo, onde realizou trabalho sobre a situação dos trabalhadores migrantes que trabalham no corte da cana. "Há problemas trabalhistas, também, no plantio. Principalmente de terceirização de mão-de-obra", afirmou o sub-delegado récem empossado no cargo. Ele afirmou ainda acreditar em ações inter-institucionais para enfrentar os problemas.

Um trabalho de migrantes

O trabalho de corte de cana é executado, em sua grande maioria, por trabalhadores recrutados no Norte de Minas Gerais, Nordeste e Norte do país. "O migrante está em uma comunidade estranha, sem suas referências familiares, religiosas e enfrentando um trabalho sobre humano e até desumano. Gostaria que as autoridades municipais também fiscalizassem os locais utilizados como dormitórios e moradia dos trabalhadores migrantes. Principalmente para se evitar que eles contraiam e transmitam doenças provocadas pela falta total de condições destes alojamentos", afirmou o Carlos Almeida.

O sub-delegado do Trabalho alertou que as casas destinadas aos trabalhadores acabam abrigando um número muito superior de pessoas que o local suporta. "Isto tem sido motivo de muitas atuações do MTE", alertou Carlos Almeida em sua manifestação. Segundo ele, é muito importante uma reunião com as autoridades municipais para que as más condições dos alojamentos sejam combatidas.

A reunião contou a participação do vereador Antônio Oswaldo Storel (PSB) e do sub-delegado do MTE, Carlos Moises Rodrigues Lima de Almeida; e de representantes do Serviço Pastoral dos Migrantes, da Pastoral Universitária da UNIMEP, da Organização Brahma Kumaris, do Sindicato dos Contabilistas de Piracicaba e Região (Sincop), do Núcleo de Estudos e Programas de Educação Popular, do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador e da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp).

Carlita da Costa, da Feraesp, denunciou que apesar dos lucros dos plantadores de cana/usineiros, os trabalhadores continuam enfrentando muita exploração (com a terceirização da mão-de-obra), com más condições dos alojamentos e baixa qualidade dos equipamentos de segurança oferecidos aos trabalhadores.

Ameaças e transferências

O Fórum tem denúncias de ameaças à fiscalização dos alojamentos. "Você está me causando prejuízos e vai causar por isto" foi o contéudo de um telefonema recebido por uma fiscal, em sua casa, durante a madrugada. Vários participantes do Fórum também comentaram sobre a série de transferências que atingiram recentemente representantes de vários órgãos estaduais e federais que atuam na fiscalização e combate aos abusos contra os trabalhadores. "Não acredito que estas pessoas tenham sido promovidas", afirmou o vereador Storel.   

Vitor Ribeiro MTB 21.208

Fotos: Fabrice Desmonts MTB 22.946



Legislativo Antonio Storel

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