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29 DE ABRIL DE 2011

Cerest faz alerta sobre acidentes de trabalho em Piracicaba


O integrante do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), Alessandro José Nunes da Silva, usou a tribuna popular em reunião ordinária nesta quinta-feir (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução


O integrante do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), Alessandro José Nunes da Silva, usou a tribuna popular em reunião ordinária na noite desta quinta-feira (28) por ocasião da comemoração do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho. Ele deu números das ocorrências registradas em Piracicaba e cobrou mudanças organizacionais nas empresas para reduzir o total de casos.

Segundo Alessandro, em 2010 houve 9.675 acidentes de trabalho em Piracicaba, sendo 160 graves, que envolveram amputações, fraturas expostas, quedas de altura e traumatismos crânio-encefálicos. Foram registradas 15 mortes: 5 ocorreram dentro do ambiente de trabalho e 10 no trajeto até a empresa, em acidentes com motos, que têm sido um dos meios de transporte mais utilizados pelos funcionários.

"Estamos melhorando o ambiente de trabalho, mas a questão do transporte ainda está muito complicada. Dentro da empresa, é mais em conta ir de moto para o trabalho do que pegar transporte coletivo", comentou Alessandro. "O Cerest, em acordo com os sindicatos, realiza fiscalizações nessas empresas para minimizar os acidentes e tentar fazê-las melhorar o ambiente de trabalho, mas os resultados são ao longo prazo", falou.

Outro ponto que gera preocupação ao Cerest é o da construção civil, em razão do crescente surgimento de empreendimentos residenciais e industriais na cidade. "Em 2011, tivemos uma alta de 35 por cento dos acidentes da construção civil, decorrente do aumento da demanda dos serviços no setor. Esse aumento em algum momento pode gerar um óbito", alertou Alessandro.

Para tentar reduzir o número de ocorrências, o Cerest tem buscado agir conjuntamente com projetos coletivos, capacitando empresas, e com o Ministério Público, ao qual a entidade encaminha as ações que não consegue resolver e os casos de acidentes graves ou com vítimas fatais. "O trabalho do Ceresp tenta minimizar essa questão, mas o rolo compressor do capital é muito maior. Por isso, há a necessidade de políticas públicas fortes para a prevenção no ambiente de trabalho. As empresas tentam culpar a vítima em vez de trabalhar com a prevenção, o que impede uma mudança da organização do trabalho", afirmou Alessandro. "Infelizmente, hoje a vida não tem valor nenhum", lamentou.

Os vereadores Bruno Prata (PSDB), José Antonio Fernandes Paiva (PT) e José Luiz Ribeiro (PSDB) elogiaram o trabalho desenvolvido pelo Cerest em Piracicaba. "Vocês dignificam o servidor público na acepção da palavra", destacou Paiva. "O Cerest hoje é uma referência nacional. A vida dos trabalhadores de Piracicaba divide-se em antes e depois do Cerest. Muita coisa mudou [com a atuação da entidade], em questões como qualidade de vida, segurança, negociações, investimento em prevenção e participação efetiva do sindicato. No que depender desta Casa, vamos apoiar o Cerest para que continue sendo referência no país", disse José Luiz.

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Câmara Saúde

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