Aprovado o programa municipal de prevenção ao jogo patológico
A Câmara de Piracicaba, por intermédio do vereador Francisco Edilson dos Santos, o Chico da Água (PSB), aprovou na reunião ordinária de hoje (21/08/06) o Projeto de (...)
A Câmara de Piracicaba, por intermédio do vereador Francisco Edilson dos Santos, o Chico da Água (PSB), aprovou na reunião ordinária de hoje (21/08/06), em segunda discussão, o Projeto de Lei (83/06) que institui no âmbito do Município de Piracicaba a Semana de Prevenção ao Jogo Patológico.
Pelo projeto, fica instituída, no âmbito do Município de Piracicaba, a Semana de Prevenção ao Jogo Patológico, a ser realizada, anualmente, na última semana do mês de agosto.
A Semana ora instituída tem como objetivo informar a população que o Jogo Patológico também é uma forma de dependência, alertando sobre a gravidade do quadro e incentivando seu diagnóstico precoce.
As informações poderão serem feitas na forma de seminários, palestras, filmes, vídeos e material publicitário institucional. Esta Lei será regulamentada pelo Executivo Municipal. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Justificativa
O vereador Francisco Edilson destaca na justificativa do projeto que certos comportamentos humanos nos parecem irracionais, mesmo quando o indivíduo lesando a si e aos outros, continua repetindo os mesmos atos insanos.
No mundo moderno, podemos observar vários tipos de comportamento semelhantes, que são os comportamentos compulsivos e aditivos. Por exemplo o abuso de álcool, de drogas lícitas e ilícitas e o jogo patológico.
Esta categoria de jogo patológico foi recentemente incluída entre os Transtornos de Hábitos e Impulsos, na CID-10 (Classificação Internacional das Doenças da OMS).
Este projeto de lei nasceu de nossa preocupação com as pessoas que se transformam em escravas dos jogos e das apostas. Entendemos que a questão virou problema de saúde pública e precisa ser tratada dentro deste enfoque.
Segundo a Dra. Maria Paula Magalhães Tavares de Oliveira, psicóloga, coordenadora do Ambulatório de Jogo Patológico, do Programa de Orientação e Atendimento (Proad), Departamento de Psiquiatria da Unifesp/EPM, em seu artigo Jogo patológico: caracterização e tratamento, o jogo patológico tem sido considerado uma questão de saúde pública, havendo um crescente esforço de conscientização de médicos e da população em vários países.
Apesar das graves conseqüências que o jogo patológico pode vir a provocar, os jogadores têm muita dificuldade em admitir o problema e pedir ajuda, e a aderência ao tratamento costuma ser baixa, procurando tratamento principalmente quando a situação se agrava, o que torna as tarefas de prevenção e diagnóstico precoce imperativas.
O jogo patológico foi incluído como transtorno do impulso nos critérios do DSM-III apenas em 1980, de forma que esse quadro ainda é desconhecido pela população, que identifica o jogador como um mau caráter e desconhece a existência de tratamento apropriado.
Jogo patológico vem freqüentemente associado por outros transtornos psiquiátricos, sendo os mais comuns o transtorno de humor, de ansiedade, dependência de álcool e outras drogas.9 Dessa forma, consulta com um médico psiquiatra é muito útil para esclarecer o diagnóstico e empregar medicação apropriada.
A maioria dos indivíduos com Jogo Patológico afirma que está mais em busca de ação (um estado eufórico e excitado) do que de dinheiro. Apostas ou riscos cada vez maiores podem ser necessários para continuar produzindo o nível de excitação desejado.
Embora todos os jogadores possam tentar recuperar suas perdas por curtos períodos, a busca de recuperação do prejuízo a longo prazo é mais característica dos indivíduos com Jogo Patológico.
Quando não tem mais a quem pedir emprestado, o indivíduo pode recorrer ao comportamento anti-social para obter dinheiro.
Assim, diante deste problema, propomos uma ação educativa, voltado para o esclarecimento da população sobre o caráter doentio deste comportamento, defende o parlamentar.